Essa semana em Minas Gerais, está tão alvinegra que até o céu começou a segunda feira pós título preto e branco. A chuva veio junto a conquista invicta do campeonato e lavou uma pequena parte daquela desconfiança que ainda aperta o coração do sofrido e apaixonado Atleticano , que hoje sente fortalecer no fundo do peito aquela luz de esperança que nunca , por menor que seja , se apaga.
A massa foi ao estádio Independência domingo com um certo receio , e a preocupação e a desconfiança estava estampada no rosto de cada Atleticano que circulava pela rua Ismênia horas antes do jogo. Porém dentro do estádio o clima era outro , foi como ir do céu ao inferno no simples ato de rodar a catraca da nova casa. Ao chegar na arquibancada a vibração era diferente , a vontade de sair dali com o titulo nas mãos aparecia no olhar de cada um que chegava e procurava o melhor lugar para ver o espetáculo.
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(Foto : Gabriel Castro - Observatório do Esporte) |
E parece que dessa vez , depois de muito tempo a sintonia entre torcida e time foram idênticas pois o time começou aceso como a massa e foi pra cima desde os primeiros instantes , e quando isso acontece ninguém segura esse clube. Não dá pra explicar a sensação do primeiro gol , realmente só quem estava ali no coração da torcida sabe o que se passou na alma de cada Atleticano desse planeta. Em uma fração de segundos todas aquelas mágoas citadas em meus textos passados foram esquecidas , e por menor expressiva que fosse essa final , trouxe felicidade a esse povo que tanto anseia por sorrisos nessas cores. O Grito de GALO já não cabia mais no peito , a torcida abraçou o time o jogo todo , que apoiado pela sintonia da arquibancada suportou a pouca pressão adversária e com 3 gols a frente se sagrou campeão , como uma sensação nostálgica de tempos em que a massa quem ditava o ritmo da partida. As faixas continuavam viradas em forma de protesto , o pedido de Vergonha na cara ainda era nítido para qualquer um ver , mas nada , repito , nada nesse mundo se compara a energia que circulou no renovado estádio do horto quando o árbitro Leandro Pedro Vuaden apitou pela ultima vez. Parecia que todos os problemas inclusive os pessoais de cada torcedor não existissem , que tudo no mundo era felicidade que tudo no momento era amor , e tudo no momento era Atlético.
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(Foto : Bruno Cantini/CAM) |
A festa do primeiro gol que se estendeu por toda a partida , e se fortaleceu com o fim do jogo seguiu até a porta da Sede do clube, onde os apaixonados se encontraram. Era algo que ninguém que convivesse com as dores da semana anterior , imaginava que ia acontecer com tanta felicidade, e como diz o verso de um samba " Onde houver dois ou mais Atleticanos em louvor ao Galo, o hospício está formado por loucos apaixonados ".
Assim é o Galo , não se espera , se vive. Não se explica se sente.
Outro campeonato já vem ai , outra guerra está para começar e não teve jeito melhor de treinar o exército de loucos e deixá-los mais fortes quanto esse título. Não será nada fácil , convenhamos , mas nunca abandonamos nossa nação e muito menos levantamos bandeira branca , e não vai ser agora que daremos o gosto a nossos inimigos de nos verem derrotados ou massacrados por uma época ruim. A esperança que eu tanto falo aqui, vem trazendo de volta nossos soldados ao campo de batalha e quando estamos unidos em um só grito não há tropa por maior que seja que conquiste nosso território. Atleticano que é Atleticano , se sustenta em tudo que tem fé e vai em frente , pode até se abalar mas nunca se dá por vencido. "Lutar Lutar Lutar ..." de um lema a uma filosofia, que peço licença a primeira torcida organizada de Minas Gerais ( Dragões da FAO) para usar, a Filosofia Máxima de um Povo, o Clube Atlético Mineiro.
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(Foto : Gabriel Castro - Observatório do Esporte)
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Por : Pedro Souza