Atlético perde para São Paulo nos pênaltis na final do Campeonato Brasileiro de 1977

São Paulo e Atlético se enfrentam em mais uma partida entre as duas equipes. A partida ocorre nesta quarta (07), às 16h, no Morumbi, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2011.
Para esquentar o clima do jogo, vamos relembrar na seção “Memória Atleticana”um dos jogos mais históricos que o Campeonato Brasileiro já viu, Atlético e São Paulo em 1977.
Em meados dos anos 70, vigorando a ditadura, Belo Horizonte recebeu o jogo da final do Campeonato Brasileiro entre Atlético e São Paulo. Invicto no torneio com 17 vitórias e 3 empates, a imprensa esportiva previa uma vitória fácil do Atlético. De fato, o Galo tinha uma equipe melhor que o São Paulo, na qual despontavam jogadores como Toninho Cerezo e Reinaldo.
Belo Horizonte era alvinegra, sem exagero. Bandeiras e camisas do Atlético estavam por toda a cidade e não se falava de outra coisa, a não ser a final do Brasileiro de 1977.
O jogo era num domingo, dia cinco de março de 1978, em que se decidiu o título brasileiro de 1977. E somente uma palavra pôde descrever o que o Atlético sentiu, silêncio. Somente a tragédia de 1950 se comparava a equipe atleticana de Cerezo, Reinaldo, Paulo Isidoro, João Leite e Marcelo perdeu nos pênaltis o título que todos já consideram nosso.
O Atlético jogou sem Reinaldo, suspenso num julgamento maliciosamente marcado para última semana do campeonato.
O ‘esquadrão atleticano’ foi empurrado pela torcida durante o tempo normal, mostrou-se muito superior ao São Paulo, como havia feito ao longo da competição. Encurralou o adversário durante 120 minutos, mas o gol não saiu.
Nos pênaltis, apesar de duas defesas de João Leite nas cobranças do São Paulo, Toninho Cerezo, Joãozinho Paulista e Márcio erraram suas respectivas cobranças e o São Paulo converteu as três que restavam, saindo campeão
O Galo nunca mais seria o mesmo. Base da seleção brasileira de Osvaldo Brandão do ano anterior, saiu de campo Vice-Campeão Brasileiro Invicto, com 10 pontos à frente do campeão e com 11 jogadores abraçados.
Qualquer amante de futebol, sabia que aquele título não estava sendo entregue para as mãos certas. O São Paulo “bateu” o jogo inteiro, o exemplo disso foi o caso Ângelo: a gravidade da contusão tornou o atleta praticamente inutilizado para o futebol. Encerrou a carreira prematuramente tendo seu rendimento reduzido drásticamente.
Nenhuma outra derrota de um favorito no Brasileirão se revestiria de tanta mistíca apaixonada. A partir daí a Massa acumularia 10 títulos mineiros em 12 anos. Veria o Galo vencer uma legião de torneios europeus e realizar uma sequência de campanhas sensacionais no Brasileirão, interrompidas em jogos marcados.
05/03/1978 – Domingo
ATLÉTICO-MG 0×0 SÃO PAULO
Local: Mineirão (Belo Horizonte-MG);
Público: 102.974;
Árbitro: Arnaldo César Coelho (RJ);
Cartões Amarelos: Ângelo, Serginho, Tecão, Bezerra, Peres e Neca.
Nos pênaltis: Atlético-MG 2×3 São Paulo
Atlético: Ziza e Alves (Toninho Cerezo, Joãozinho Paulista e Márcio perderam);
São Paulo: Peres, Antenor e Bezerra (Getúlio e Chicão perderam).
Atlético-MG: 
João Leite, Alves, Márcio, Vantuir e Valdemir;Toninho Cerezo, Ângelo e Serginho; Marcelo (Paulo Isidoro), Caio Cambalhota (Joãozinho Paulista) e Ziza. Técnico: Barbatana.
São Paulo: 
Valdir Peres, Getúlio, Tecão, Bezerra e Antenor; Chicão, Teodoro (Peres) e Dario Pereyra; Zé Sérgio, Mirandinha e Viana (Neca). Técnico: Rubens Minelli.
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